A colonização de Cambira foi feita pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, que loteou e vendeu as terras aqui situadas. Assim, não tivemos aqui problemas relacionados com a posse de terras, o que se constitui num fato marcante para a paz e tranqüilidade de nossas famílias que não tinham também as aspirações políticas, eis que pertencentes ao Município de Apucarana. A abertura dos lotes rurais deu-se por etapas.
A primeira família a abrir e formar roça em Cambira foi a do Sr. Francisco Carneiro de Souza, que em 1936 derrubou alguns alqueires de mata no lote nº 109/110 da Gleba Cambira, fez plantações de café, cereais, cana, mandioca e retornou a Jacarezinho. Aqui fixou residência em definitivo em 1939, quando veio com a esposa e sete filhos. Em sua propriedade a família produzia rapadura, açúcar e industrializava farinha, comercializando cereais em Apucarana. Cedeu ainda área para o 1º campo de futebol de Cambira, para a prática desse esporte até inícios da década de 1950.
A primeira família a fixar residência em Cambira foi a família Piovesan. No dia 05/07/1937 o Sr. João Piovesan, vindo de Pirajuí, acampou na legendária Figueira (hoje inexistente), iniciando a abertura do lote nº 106/107 da Gleba Cambira, construindo um rancho que serviu de moradia para a família, que aqui chegou em 25/09/1937, num caminhão dirigido pelo Sr. Honório de Castro, trazendo seus filhos Rosa, José, Gildo, Antonio,Vitório e Aquiles Piovesan.
No mesmo ano o Sr. Pedro Blanco abria seu lote na Gleba Dourados. Em 1938, na região da Bela Vista chegavam Dito Alves, Carrascoso, Grossi e José Rodrigues, em 1939 a família Campanholi, e na Jangadinha a família Marafon, há muitos anos aqui residente.
Na região norte do município, que compreende os bairros Bejoim e Santa Luzia, já no início da década de l940 estabeleceram-se as famílias Nogueira e Lourenco; em 1942 a família Garcia e em 1950 Roldão Freire, primeiro pecuarista daquela regiã
Pioneiro que muito contribui com Cambira foi Zacarias Alves Domingues. Ele tinha dois ônibus que faziam a linha 300 Alqueires-Cambira-Apucarana. Era dono de uma venda no Município, que abastecia todas a região. Tansporte de ônibus também era negócio de Iliano Casini, que possuía três veículos fazendo a linha Bairro Sete de Maio-Itacolomi-Cambira.
A fertilidade da terra rocha para o cultivo do café fez com que viessem migrantes de vários Estados. O fluxo maior de migrantes deu-se no período compreendido entre 1940 e 1942, ocasião em que aqui aportaram as famílias mais tradicionais do Município, adquirindo terras e aqui fixando residências. Esta migração estendeu-se até o início de 1950. Foi assim que deixaram seu nome registrado na história cambirense.